Fala, Broncos Country! Passado o draft da NFL, temos de forma bem mais clara a cara com que deverá
ficar o roster final dos Broncos para
a próxima temporada, de modo que é chegado o momento de fazermos uma análise
mais aprofundada sobre o que podemos esperar deste time. Começaremos pelo setor
mais problemático, e sobre o qual pairam maiores dúvidas e desconfianças: o
ataque!
É sabido que os Broncos passaram por uma recente reformulação
na sua comissão técnica, e as maiores consequências das mudanças devem se
verificar justamente no ataque. Sob a tutela de Vance Joseph, nosso novo head coach, o ataque será comandado pelo
também recém-contratado coordenador ofensivo Mike McCoy, famoso pelo estilo de
jogo flexível, versátil e, acima de tudo, agressivo e explosivo – nas palavras
de Emmanuel Sanders: “o paraíso de todo WR”. E não é apenas Sanders que está
empolgado. Fontes internas atestam que todo o elenco está bastante entusiasmado
com as perspectivas que o futuro reserva.
Contudo, como diz o ditado, não se pode fazer uma omelete
sem ovos, e cabe perguntar se, passado o draft e a parte mais agitada do
período de free agency, os Broncos
possuem as peças e o talento necessários em seu roster para dar um verdadeiro salto de qualidade, e fazer engrenar
a proposta ofensiva da sua nova comissão técnica. Hora de tentar responder a
essa pergunta, analisando, primeiramente, cada setor do ataque separadamente.
Vamos lá!
Quarterback
Chegou: Chad Kelly
(draftado no 7º round) e Kyle Sloter
(free agent não draftado)
Saiu: Ninguém
Status: Fraco, com potencial para Regular
Análise: Romo não veio, nem
qualquer outro QB capaz de assumir de forma inequívoca a titularidade, e,
portanto, assim como no último ano, a posição será disputada pelos jovens Siemian e Lynch. Juntam-se a eles Kelly e Sloter, dois rookies que chegam para dar opções de
desenvolvimento e completar o quadro. O favorito para a titularidade é Siemian,
sobretudo pelo bom desempenho em 2016 (3401 jardas aéreas, 59.5 porcento de
passes completados, 18 TD’s e 10 interceptações), mas Lynch entrará forte na
briga, tendo como trunfo uma melhora significativa na sua visão de campo e
mobilidade. De qualquer forma, não dá para esperar um desempenho melhor que
razoável de nenhum dos dois, de modo que para que o ataque dos Broncos funcione
será imprescindível que todas as suas engrenagens funcionem em perfeita
harmonia.
Running back
Chegou: Jamaal Charles (free agent veterano), De’Angelo
Henderson (draftado no 6º round), e Bernard
Pierce (veterano dispensado pelos Jets)
Saiu: Justin
Forsett (aposentou) e Kapri Bibbs (negociado
com os 49ers)
Status: Forte
Análise: A sombra que paira
sobre nosso bom grupo de RB’s é saber se, e por quanto tempo, ele se manterá
saudável. Isso porque, apesar de serem corredores de altíssimo nível, C.J. Anderson e Jamaal Charles são veteranos com histórico de lesões nos últimos anos. Se conseguir se manter em boa forma, o trio
formado por eles e o promissor Devontae
Booker tem tudo para se destacar e brilhar na próxima temporada,
principalmente se a linha ofensiva confirmar as expectativas de melhora – o problema
são esses grandes “se”. Capaz de oferecer corridas explosivas em profundidade
como poucos na NFL, Charles, ex-jogador de um dos nossos grandes rivais de
divisão, foi sem dúvida uma ótima aposta de Elway, e pode revolucionar nosso
desempenho no setor. Caso seja necessário, os velozes Henderson e Pierce
também podem surpreender ainda este ano.
Wide receiver
Chegou: Carlos
Henderson (draftado no 3º round) e Isaiah
McKenzie (draftado no 6º round)
Saiu: Jordan
Norwood (dispensado)
Status: Forte
Análise: O setor mais forte do ataque terá novamente o
privilégio de contar com uma das melhores duplas titulares de toda a liga: Emmanuel Sanders e Demaryius Thomas. Contudo, em 2016 os reservas da posição deixaram
a desejar, e a qualidade na recepção teve uma acentuada queda na ausência dos
titulares. Com a saída nada lamentável de Norwood, restará aos questionáveis Bennie Fowler, Jordan Taylor e Cody Latimer
mostrarem serviço nos trainning camps
para permanecerem no time – um ou dois deles não sobreviverão aos cortes que
antecedem ao início da temporada. Por outro lado, a chegada do rápido e
talentoso Carlos Henderson acende a
esperança de dias ainda melhores, devendo ele se firmar com naturalidade como primeiro
reserva e slot receiver do time.
Tight end
Chegou: Jake Butt (draftado
no 5º round)
Saiu: Ninguém
Status: Fraco
Análise: Com os investimentos pesados e a esperada melhora da
linha ofensiva, o corpo de TE’s deverá ser o elo mais fraco do nosso novo ataque,
com possibilidades reais de repetir o desempenho sofrível de 2016 – combinados,
os TE’s dos Broncos conseguiram 53 recepções para 591 jardas e dois TD’s,
números inferiores aos de 20 tight ends
da liga, tomados individualmente! Único a merecer algum destaque, Virgil Green foi apenas o 42º TE da NFL
no ano passado, e nada sugere que melhorará sensivelmente. A maior esperança
repousará sobre o jovem calouro Jake
Butt, que muitos acreditam ter potencial para ser o titular da equipe,
convertendo-se em um verdadeiro steal. Porém,
vindo de uma lesão grave no ligamento do joelho direito, é preciso ser muito
otimista para esperar grandes feitos do rookie
de imediato. Fechando o quadro, será um ano crucial para as pretensões de A.J. Derby e Jeff Heuerman, talvez a última oportunidade para mostrarem que
merecem estar na NFL.
Offensive line
Chegou: Ronald
Leary (OG, free agent veterano), Menelik Watson (RT, free agent veterano), e Garett Bolles (OT, draftado
no 1º round)
Saiu: Russell Okung
(LT, dispensado e contratado pelos Chargers)
Status: Regular
Análise: Se a partir de
setembro a OL repetir o fiasco lamentável do último ano, não se
poderá dizer que foi por falta de empenho ou negligência do nosso general manager. Elway investiu pesado e
não poupou esforços para consertar o setor mais carente de talentos da equipe,
maior responsável pelo desempenho pífio do ataque, e consequentemente pela
derrota, em muitos jogos de 2016. Os três recém-chegados, Leary, Watson e Bolles, custaram relativamente caro,
mas chegam para serem titulares, todos com potencial para se firmarem
rapidamente e darem um salto importante e imediato de qualidade no setor, tanto
na proteção contra o pass rush,
quanto nos bloqueios fundamentais para abrir caminho nas rotas do jogo corrido.
Okung já foi tarde e as expectativas são de considerável melhora, até porque,
falando francamente, piorar é virtualmente impossível.
Projeção Geral do Ataque
Dentre as muitas
incógnitas que tornam difícil a tarefa de projetar o desempenho ofensivo dos
Broncos na próxima temporada da NFL – rendimentos individuais, encaixe e
adaptabilidade ao novo playbook de
jogadas, desfalques por motivos médicos – nenhuma será mais determinante e
decisiva que o grau de evolução da linha ofensiva. Com um grupo de recebedores
muito acima da média, um grupo de corredores cuja competência é comprovada, e um
grupo de QB’s que, se está longe de ser ótimo, ao menos parece suficientemente apto
a mover as correntes e fazer o jogo ofensivo fluir, desde que devidamente bem
protegido, este novo ataque tem chances reais de surpreender e dar muitas
alegrias à nossa torcida, mas somente se a OL funcionar como deve. Não será um
dos melhores ataques da NFL, nem devemos esperar números expressivos e
impressionantes, mas este grupo tem tudo para melhorar bastante em relação ao
ano passado e conquistar muitas vitórias, ajudado pela nossa afamada e
consagrada defesa.
E você, caro
torcedor dos Broncos, o que pensa disso tudo? Gostou das movimentações de Elway
até aqui na offseason? Concorda com
as análises e projeções apresentadas? Participe, comente, opine!
Go Broncos!
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