BRONCOS BRASIL: Projetando a defesa dos Broncos: uma análise pós-draft

Fala, Broncos Country! Dando sequência e finalizando esta série em dois artigos, hoje analisaremos mais profundamente as mudanças no roster e as perspectivas da defesa para temporada que se iniciará em setembro.

Veja também a projeção do nosso ataque para a próxima temporada.

Desde o início da offseason nosso general manager, John Elway, tem enfatizado e insistido que a sua prioridade para a próxima temporada seria dar todas as condições para manter a nossa defesa jogando em altíssimo nível, entre as melhores da NFL. A esse respeito, vale lembrar que em 2016 fomos a 4ª melhor defesa da liga, com uma média de 316 jardas e 18,5 pontos cedidos por jogo, números que se devem muito ao nosso pass rush e à nossa secundária, já que no combate ao jogo corrido adversário deixamos a desejar em vários momentos.

Pois bem, passado o draft e a parte mais agitada do período de free agency, é chegado o momento de indagar: os Broncos possuem as peças e o talento necessários para manter, e eventualmente até melhorar, o alto nível da sua defesa? Vamos tentar responder a essa pergunta analisando, primeiramente, cada setor da defesa separadamente, começando pelo mais problemático.

Chegou: Domata Peko (DT, free agent veterano), Zach Kerr (DT, free agent veterano) e DeMarcus Walker (DE, draftado no 2º round)

Saiu: Sylvester Williams (DT, dispensado e contratado pelos Titans) e Vance Walker (DE, dispensado)

Análise: Este foi o setor da defesa mais fraco do time em 2016, por sua inabilidade e ineficiência no trabalho de contenção do jogo corrido adversário. Embora a adição de jogadores fortes e de peso (literalmente) na parte interna da DL, como Domata Peko e Zach Kerr, deva ajudar a mitigar o problema, o histórico de ambos não permite cravar com segurança que ele será devidamente solucionado. Além disso, resta o problema da reposição de peças, já que não temos jogadores no roster do mesmo nível para substituí-los. Em resumo, se Peko ou Kerr sofrerem lesões ou, por qualquer motivo, não suportarem o ritmo pesado dos jogos, estaremos em sérios apuros, sobretudo no último quarto das partidas. Por outro lado, a chegada do versátil e consistente calouro DeMarcus Walker deve ajudar a melhorar ainda mais o nosso já competente pass rush, podendo ainda reforçar o miolo da DL sendo usado como defensive tackle improvisado em certas formações 4-3. Em relação aos veteranos, se Derek Wolfe tiver menos problemas físicos e o segundo-anista Adam Gotsis mostrar a evolução em força e impacto que dele se espera, então dias melhores certamente virão.

Inside linebackers

Chegou: Ninguém

Saiu: Ninguém

Status: Regular, com inclinação para Fraco

Análise: Pelo segundo ano consecutivo os Broncos optaram por não recrutar nenhum ILB no draft, apesar da evidente necessidade de reforçar o setor – este pode ser, aliás, o maior questionamento passível de ser feito ao trabalho de Elway até aqui nesta intertemporada. A explicação sem dúvida passa pela confiança que Elway e Joseph depositam nos titulares Brandon Marshall e Todd Davis (como deixaram claro em inúmeras entrevistas), somada ao desempenho considerado satisfatório de Corey Nelson como substituto em 2016. De fato, Davis e, sobretudo, Marshall, são bons jogadores e podem perfeitamente dar conta do recado. O problema é imaginar que ambos permanecerão saudáveis ao longo dos jogos, ainda mais sabendo-se que Marshall ainda luta para se recuperar da grave lesão de tendão que pôs um fim amargo e precoce à sua última temporada, prejudicando sensivelmente o time quando ainda sonhávamos com a classificação. A conclusão inescapável é que, a menos que alguma contratação importante seja feita até setembro, Elway estará assumindo um grande risco aqui, e não será surpresa se o setor falhar miseravelmente. Basicamente, no que se refere à ILB, é realista dizer que estamos apenas a uma grave lesão do desastre.

Outside linebackers

Chegou: Kasim Edebali (free agent veterano)

Saiu: DeMarcus Ware (aposentou) e Dekoda Watson (dispensado e contratado pelos 49ers)

Status: Forte

Análise: Quantos times poderiam se dar ao luxo de perder um jogador do nível de DeMarcus Ware e ainda serem cotados entre os grupos mais fortes de OLB's da NFL? Pouquíssimos, o que por si só mostra o potencial e o talento por trás do nosso pass rush. De um lado, Von Miller, MVP do Super Bowl 50, dispensa apresentações e segue sendo discutivelmente o melhor pass rusher da liga. Do outro, Shane Ray se apresenta como um jogador de alto nível em franca ascensão, com todas as condições para se sair bem na árdua tarefa de assumir o lugar de Ware. Essa dupla deve brilhar em 2017, e não é otimismo exagerado imaginar ambos no top five dos maiores sackadores ao final da temporada. Shaquil Barret e o recém-contratado Kasim Edebali completam o grupo; do primeiro espera-se que seu desempenho volte ao patamar de 2015 (quando obteve 5.5 sacks, contra 1.5 no ano passado), e do segundo somente que não deixe cair muito o nível do jogo na ausência dos demais.

Chegou: Brendan Langley (draftado no 3º round)

Saiu: Kayvon Webster (dispensado e contratado pelos Rams)

Análise: Tendo liderado a liga em passes defendidos e jardas aéreas cedidas nas últimas duas temporadas, a dupla de titulares Aqib Talib e Chris Harris Jr. não tem mais nada a provar em relação ao estrago que pode fazer contra quarterbacks e wide receivers desprevenidos. Para a reserva do setor, após a dispensa de Webster, Elway foi buscar no draft Brendan Langley, um talento versátil e disciplinado, que comete poucas faltas e se ajusta bem a diferentes tipos de marcação. Completa o grupo Bradley Roby, que entrou bem nas poucas oportunidades que teve em 2016, e segue em busca de espaço no time.

Chegou: Ninguém

Saiu: Ninguém

Status: Forte

Análise: Discutivelmente a melhor dupla de safeties da liga, T.J. Ward e Darian Stewart devem seguir sendo dominantes e soberanos a partir de setembro, tanto atuando na última linha de defesa contra o jogo corrido, quanto no excelente, e muitas vezes decisivo, apoio oferecido aos cornerbacks contra o jogo aéreo adversário. No backup, dois jovens talentosos e promissores draftados no ano passado, Justin Simmons e Will Parks. Assim como aconteceu em 2016, não se espera que nenhum deles tenha muitas oportunidades este ano, mas se for necessário ambos parecem já ter condições de responder bem ao desafio. A Simmons e Parks está reservado o futuro, já que ano que vem é dada como certa a saída de T.J. Ward.

Projeção Geral da Defesa

É realista esperar para a próxima temporada uma melhora na nossa proteção contra o jogo corrido, mas é provável que seja uma melhora modesta, e a tendência ainda é sofrermos quando enfrentarmos equipes que correm bem com a bola. Cabe destacar que com um pouco de azar este cenário pode piorar bastante, devido à escassez de peças de reposição adequadas e ao amplo histórico de lesões nas posições-chave da defesa terrestre (DT e ILB). Em suma, faltam jogadores de talento confiáveis, de modo que paira uma sombra de incerteza e preocupação sobre a capacidade deste elenco de conter o avanço por terra dos adversários, principalmente no último quarto das partidas, quando o desgaste físico cobra o seu preço e as substituições se tornam inevitáveis.

O mesmo, no entanto, não pode ser dito do nosso pass rush e da nossa secundária, pelo contrário. A menos que surja algo imponderável – lesões improváveis, quedas bruscas inexplicáveis de rendimento, um asteroide gigantesco se chocando com a Terra – podemos esperar muita pressão e sufoco sobre os quarterbacks adversários, assim como interceptações e bastante segurança na no fly zone; podemos, enfim, esperar mais das jogadas defensivas maravilhosas com as quais nos acostumamos nos últimos anos.

E você, querido torcedor dos Broncos, o que pensa? Acredita no potencial da nossa defesa para continuar sendo uma das melhores da NFL? Gostou das mudanças no roster promovidas pelo nosso general manager? Concorda com as análises e projeções apresentadas? Participe, comente, opine!